Vaguear.
Caminhar, correr, andar...
Buscar sem saber bem o quê, sabendo que é mesmo isso que se quer encontrar.
Ouvir... escutar, guardar, e calar.
Deixar-se levar pelo vento, por vezes bem forte; outras vezes quase sem se sentir. Vento que abala, ou simplesmente embala.
Seguir por caminhos desconhecidos, por vezes entediantes, outras vezes emocionantes; ou seguir por caminhos conhecidos, muitas vezes entediantes, muitas vezes impostos, outras vezes seguros e pacificadores.
Dar, outras vezes receber. Esgotar-se e esgotar... cansar, cair, parar. Perder-se do seguimento da viagem... e novamente seguir, correr, encontrar.
Sempre, em ciclos mais ou menos regulares.
Girar, desconhecendo os detalhes da rota, apanhando bagagens perdidas noutras voltas e largando outras. Olhar em frente, ver o fim, outras vezes o princípio.
Tudo é relativo, tudo é incerto. No entanto, tudo se repete de forma irrepetível. Cada ser a seu modo; cada coisa a sua forma; cada processo o seu procedimento; cada gesto a sua definição.
E no fim, no fim de tudo, todos iguais.
Rio Gêba, Bafatá, GB
Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.
Onde você vê um motivo pra se irritar,
alguém vê a tragédia total
e o outro vê uma prova para sua paciência.
Onde você vê a morte,
alguém vê o fim
e o outro vê o começo de uma nova etapa...
Onde você vê a fortuna,
alguém vê a riqueza material
e o outro pode encontrar por trás de tudo,
a dor e a miséria total.
Onde você vê a teimosia ,
alguém vê a ignorância,
um outro compreende as limitações do companheiro, percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo
e que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o quer,
pode ou consegue enxergar.
Porque eu sou do tamanho do que vejo
e não do tamanho da minha altura.
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