Tenho medo de estar a tornar este blog num poço de depressão... mas, de facto, tem sido um amigo fiel que me dá alguma segurança... e o que tenho para partilhar hoje não é muito diferente do que tenho partilhado nos últimos tempos.
Estou triste. Estou frustrada. Sinto-me mal comigo mesma. E continuo a sentir-me egoísta.
Por vezes, tiramos conclusões na nossa vida que nos fazem perceber em que ponto estamos, qual o sentido da nossa vida e qual o motivo da nossa existência e isso faz-nos traçar o nosso caminho e prever como será o resto da nossa vida.
Não é positivo que isto aconteça, mas mesmo tendo consciência de que a vida muda de um dia para o outro, mesmo sabendo que aquilo que é certo hoje, amanhã pode não ser, há certos aspectos que se vão encaixando e revelando e as coisas vão-se definindo.
Neste momento vivo sozinha com a minha mãe... porque "falta o papá" como partilhei já anteriormente... e neste momento estamos a atravessar mais uma fase difícil com uma doença que surgiu no caminho da minha mãe.
Com tudo o que isso significa, faz-me sentido estar aqui para ela, acompanhando-a em tudo o que puder e sendo verdadeiramente filha dela. Nem sempre é fácil e nem sempre o consigo fazer da melhor forma, mas faz-me sentido que essa seja a minha prioridade hoje, tal como amanhã.
E é aqui que entra o meu egoísmo.
Neste momento, tenho que abstraír-me daquilo que são as minhas vontades e os meus sonhos e tenho a triste sensação de que este momento se prolongará para o resto da minha vida, porque estou na fase da vida em que temos tudo na mão e podemos decidir tudo... e eu não posso decidir nada, porque tenho a sensação de que já foi decidido por mim.
Porque não sair deste país, partir para uma aventura, arriscar, viver? Não tenho nada que me prenda... não tinha!
Porque não outra cidade, outro trabalho, outra formação? Não tenho nada que me impeça... não tinha!
Família é família, sempre! Nos maus momentos como nos bons. Mas claro que se a família está bem, é mais fácil afastarmo-nos, porque mesmo longe estamos perto. Mas se a família está mal, não podemos afastar-nos caramba! Temos que estar presentes.
Há que engolir em seco... acreditar que talvez o nosso caminho passe por aqui, talvez se possa arriscar um dia... talvez arriscar não seja para nós...
Mas... e sonhar? Não é o sonho que comanda a vida? Temos que sonhar! Mas como sonhar assim? Como pensar em nós e na nossa vida quando fazemos parte dos pensamentos e da vida de outras pessoas e quando essas pessoas precisam de nós?
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.