Sábado, 12 de Maio de 2007

Desprezo de mim...

"tudo bem?"... "tudo bem, e contigo?"...

 

não, não está nada bem... nada mesmo... mas que importa? depois de tantos anos a ficar com tudo cá dentro e a responder simplesmente... "tudo bem, e contigo?", já não sei que outra resposta possa dar...

 

mania estúpida de esconder o que sinto, de fingir sempre que está tudo bem, de resolver tudo com um sorriso... de pensar que não posso estar mal. quando, no fundo, tudo se está a desmoronar cá dentro...

 

e vão caindo em ruínas quilómnetros e quilómetros de defesas, de confiança, de vontade... aos poucos vai ficando tudo deserto... sem maneira de poder ser "reconstruido"...

 

são muitos anos, muitos acontecimentos, muitas emoções, muitos sentimentos, muitas desilusões, muitos choques... que foram sendo camuflados com intervalos de felicidade, de momentos bons, de alegrias sentidas em cada milésima de miligrama... e mesmo assim, as "muralhas" não tiveram consistência suficiente para não caír...

 

caramba, como sou burra... agora queria pôr tudo cá para fora... mas simplesmente não sei por onde começar, não me lembro qual foi a primeira brecha da muralha... e agora... não sei! não sei mais como falar com as pessoas sobre os meus momentos negros... pior... não sei com quem falar... não sei a quem dizer algo sem sentir que não me estou a fazer entender, apenas porque tenho a triste sensação de que ninguém me conhece realmente...

 

e é irónico concluir que não tenho ninguém a quem recorrer porque não corri quando me abriram os braços... porque sou orgulhosa, e penso que posso sempre tudo sem interferência de ninguém... porque me quero tornar heroína quando sou eu quem precisa de um herói, de um anjo da guarda...

 

e contradigo-me, uma e outra vez... e torno a contradizer-me... heróis e anjos da guarda, tenho muitos na minha vida... mas o orgulho em que me deixei e quis enraizar não me deixa ser humilde o suficiente para recorrer a eles...

 

sou eu e sou assim... uma simples e infeliz mortal... não pelos problemas em que a minha vida possa tropeçar, mas pela dureza do meu coração e do meu pensamento que me leva a acreditar que sozinha consigo ir muito longe...

 

e tenho pena de mim...  desprezo de mim...

 

 


sentido por Anjo da Noite às 23:15
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Quinta-feira, 10 de Maio de 2007

Depois... [03 Abril 2006]

Depois...

 

Depois do choque, dos rituais, dos lamentos, das lágrimas, das frases pronunciadas vezes sem conta...

Depois das emoções descontroladas, das atitudes impulsivas, dos pensamentos confusos...

Depois desses dias de dormência permanente...

Chega a hora de acordar...

Chega a hora de cair na realidade e na rotina de cada dia, que foi inevitavelmente alterada mas que continua a existir...

Pouco a pouco parece surgir algum esquecimento... mas é mentira... nunca se esquece...

Pouco a pouco parece que todos se vão esquecendo e afastando... e se estiveram lá nos momentos aparentemente mais difíceis... parece que agora fugiram...

 

A verdade é que aqueles não foram os momentos mais difíceis. Foram momentos de choque, de sofrimento, de muita dor... mas os piores... esses estão para vir... e vão-se revelando cruelmente em pequenos pormenores que a vida se encarregará de trazer...

 

Mas também é verdade que os amigos... os verdadeiros... estão lá... e se parecem esquecidos, não o estão.

Podem até esquecer-se que sofremos, ou podem parecer pensar que não sofremos... mas eles estão lá, e isso é mesmo o mais importante... é que assim podemos sempre refugiar-nos no conforto da amizade deles quando a vida nos fizer sofrer.

O problema é que queremos ser fortes... e manter o sorriso e a coragem apesar de tudo... e assim, mesmo os amigos verdadeiros acabam por acreditar que estamos bem...

 

Mas temos que fazer um esforço: deixar de ser orgulhosos e recorrer aos nossos “portos seguros” sempre que estamos mal... Sempre que a vida for cruel e nos trouxer momentos tão maus quanto nunca pensaríamos ser possível, há que amar a humildade e não ter medo de ser pegado ao colo... os amigos agradecem... e o nosso coração também...

 

Nada pode trazer de volta quem gostaríamos que a vida nunca nos tivesse tirado... mas, por outro lado, ninguém parte... há pessoas demasiado importantes para se deixarem partir assim no sopro de um segundo...

Temos que as deixar partir sim... mas a sua existência fica para sempre... no que nos ensinaram, nos momentos bons, nos momentos menos bons, nas quedas, nos sorrisos, nas gargalhadas, na cumplicidade, nos olhares, nos gestos... Em tanta coisa...

E se tudo isso pode fazer-nos chorar, sofrer, se pode trazer saudade e apertar o coração... pode também deixar um sorriso...

Um sorriso de orgulho... um sorriso de admiração... um sorriso de ternura...

E há que agarrar a vida... e simplesmente, VIVER!

Deixarmo-nos ir com quem parte é um erro... ficamos sem viver e viramos as costas a quem nos rodeia... a quem por vezes nos tira a paciência, mas por quem muito sofreríamos se nos separássemos...

 

E estamos no ponto zero: agarrar a vida outra vez...

E agarrá-la sempre com um sorriso... um sorriso que podemos extrair precisamente dos momentos e das situações que poderiam fazer-nos sofrer...

E se algum dia não conseguirmos sorrir de maneira nenhuma... não podemos ter medo de não sermos compreendidos se nos expusermos... Podemos até pensar que quem está à nossa volta não nos vai compreender... mas se não lhes explicarmos é claro que é difícil que nos compreendam...

 

Há que viver a vida sim... mas vivê-la bem... e para isso há que estarmos bem connosco e com a vida...

Por vezes pode não ser assim tão fácil estar bem... mas há que fazer um esforço... e aproveitar todas as pequenas coisas que a mesma vida nos vai oferecendo...

 

E embora se possa duvidar... há mesmo “coisas” que não acontecem por acaso:

Há sempre pessoas que estão ou aparecem na nossa vida de forma agradavelmente inesperada... há sempre a cumplicidade de um estranho num momento inesperado... há sempre um gesto carinhoso num local desconhecido... há sempre uma coincidência, uma sucessão de acontecimentos distintos que se associam... existe sempre um sorriso onde menos se espera e quando mais se precisa...

 

E dá ideia que há sempre alguém a cuidar de nós... 

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sentido por Anjo da Noite às 23:05
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...simplesmente... para ti...

Sei que estás comigo.

Estás no meu coração, e sei que estou no teu.

Não morreste... apenas o teu corpo deixou de existir.

Tu estarás para sempre vivo – na memória daqueles a quem provocaste um olhar de admiração, e no coração daqueles para quem, por qualquer motivo, te tornaste especial.

És o maior orgulho que tenho e alegra-me saber que isso ninguém pode tirar de mim.

A saudade é grande, e cresce mais a cada dia que passa... mas a lembrança do sorriso que conseguias mostrar mesmo nos piores momentos, dá-me força para sorrir também, e para viver cada dia com a certeza de que voltaremos a encontrar-nos...

  

 

Para ti Papá.

11 de Maio de 2005

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sentido por Anjo da Noite às 22:59
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Anjo da Noite


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